Incorreções alimentares relacionadas com dietas hipercalóricas, associadas ao sedentarismo, duas práticas correntes nas sociedades desenvolvidas, têm tido como consequência nÃveis cada vez mais elevados de pessoas com excesso de peso e obesidade, muitas vezes crianças e jovens, o que é motivo acrescido de preocupação.
Por outro lado, nas sociedades mais pobres existem muitas pessoas com nÃveis preocupantes de desnutrição, associados a uma deficiente ingestão de alimentos. Por outro lado, as inter-relações da alimentação com diversas doenças têm tido, recentemente, ganhos significativos de conhecimento, cujo paradigma está nas doenças cardiovasculares.
Todos sabemos que certos alimentos contribuem para degradar o estado do coração e dos vasos. Também ao nÃvel do aparelho respiratório têm sido feitos progressos, como é o exemplo dos diversos relatórios que têm chamado a atenção para os benefÃcios da dieta mediterrânea nos doentes asmáticos.
dieta para dpoc
A DPOC – doença pulmonar obstrutiva crónica – entidade que engloba a bronquite crónica e o enfisema, é uma doença em que essas relações são importantes, já que estes doentes podem sofrer importantes perturbações nutricionais, que os conduzem, quer à obesidade, quer à desnutrição, esta na fase final da doença. A DPOC é uma doença respiratória progressiva que se caracteriza por sintomas respiratórios muito caracterÃsticos, tais como: tosse, expetoração, sensação de constrição torácica, pieira e dificuldade respiratória. Esta sintomatologia é acompanhada por uma cada vez maior incapacidade para o esforço, que obriga o doente a reduzir progressivamente a sua atividade fÃsica.
Apesar da sua relação com o fumo do tabaco ser avassaladora – nos doentes fumadores, ex-fumadores e fumadores passivos – essa relação não é exclusiva. Igualmente, a exposição prolongada à poluição do ar – quer no exterior, quer no interior dos edifÃcios – ou a substâncias quÃmicas ou irritantes para o aparelho respiratório pode condicionar o aparecimento da doença. O facto de os doentes ficarem cada vez mais incapacitados para os esforços leva-os a um progressivo sedentarismo que, associado aos efeitos de alguns medicamentos – como os corticoides – pode conduzir a importantes acréscimos de peso. É este aumento de peso que acentua o problema e determina o cÃrculo vicioso: "dificuldade respiratória – sedentarismo – obesidade – mais dificuldade respiratória". Este cÃrculo está na base da perda de qualidade de vida que caracteriza estes doentes na fase avançada da doença.
É imperioso quebrar tal cÃrculo, e isso deverá ser feito através da interrupção dos hábitos tabágicos, da reabilitação respiratória e de uma correta prática alimentar. Algumas regras alimentares tornam-se indispensáveis, e entre elas destacam-se as seguintes:
Faça pequenas refeições ao longo do dia – cinco ou seis; grandes refeições são-lhe prejudiciais e podem aumentar-lhe a dificuldade respiratória.
Coma peixe e alguma carne, alimentos que lhe fornecem um bom aporte proteico, necessário para evitar a desnutrição.
Coma frutas e vegetais em abundância, todos os dias.
Não coma alimentos refinados, processados, fumados ou ricos em gorduras polinsaturadas; opte por alimentos naturais.
Evite alimentos que fermentam. A presença de grandes quantidades de gás no tubo digestivo faz subir o diafragma, com o consequente acréscimo das dificuldades respiratórias.
Beba lÃquidos, de preferência água; não só o mantém hidratado, como fluidifica as secreções respiratórias facilitando a sua eliminação.
Cumpra estas regras e viva mais feliz com maior qualidade de vida...e não se esqueça: mexa-se.